Dia 4 de Abril
1958 – Nascia na cidade do Rio de Janeiro, Agenor de Miranda Araújo
Neto, ou simplesmente Cazuza, o primeiro vocalista do Barão Vermelho e
posteriormente de uma sólida e bem sucedida carreira solo.
Apresentado por Léo Jaime, Cazuza
chegou ao Barão Vermelho e logo no primeiro teste estava claro que ele era o
cara certo, na hora certa. A partir daí, Cazuza e Roberto Frejat se entenderam
com perfeição, criando uma dupla de poderosas composições.
Cazuza nunca seguiu regras,
talvez por isso é que decidiu abandonar o Barão Vermelho justo em seu melhor momento,
pouco depois das históricas apresentações do primeiro Rock in Rio, em 1985. Ele
queria espaço, ele queria liberdade que, em sua opinião, não era possível junto
ao grupo, devido às suas influências, sobre tudo de MPB.
Assim, Cazuza gravou seu primeiro
disco solo, Exagerado, ainda em 1985.
Seu trabalho de estreia não poderia ter um melhor nome, uma vez que o cantor
sempre viveu 'no limite'. No ano seguinte precisou deixar a Som Livre, uma vez
que a companhia passou a trabalhar somente com trilhas, e pela Polygram lançou Só Se For a Dois, explorando seu lado
mais romântico como compositor.
Em 1987, Cazuza foi diagnosticado
como portador do vírus HIV. A partir daí, internações passaram a ser constantes,
bem como especulações sobre se ele era ou não portador do vírus HIV. Sob esta
suspeita, o cantor iniciou as gravações de seu melhor álbum, Ideologia. Um disco que mantinha a veia
romântica, mas que mostrou um Cazuza indignado, um outro lado seu. Segundo ele
próprio, a canção “Brasil” só veio depois de ouvir canções da Legião Urbana.
“Quando o Renato Russo pintou, eu fiquei com uma inveja, sabe? Eu falei ‘pô,
esse cara é melhor que eu, que loucura, ele está fazendo uma coisa que eu quero
fazer’, aí comecei a compor coisas diferentes”.
O disco foi lançado em 1988 e
Cazuza, mesmo já apresentando uma saúde debilitada, saiu em turnê para divulgar
o trabalho. Destas apresentações, os shows realizados no Canecão, Rio de
janeiro, em outubro, culminaram no álbum O
Tempo Não Para.
Em mais uma de suas internações
nos Estados Unidos (fevereiro de 1989), Cazuza, em uma entrevista a Zeca
Camargo, da Folha de S. Paulo, revelou estar infectado pelo vírus HIV, pondo
fim às especulações que tanto o incomodaram. Mesmo depois de demonstrar coragem
ao revelar a doença, Cazuza foi vítima da covardia da Revista Veja publicada em 26 de abril do mesmo ano. Sua capa trazia
a manchete “Cazuza, uma vítima da AIDS agoniza em praça pública”, numa total
demonstração de falta de respeito.
Mesmo em uma cadeira de rodas e
com a voz claramente afetada pela doença, o cantor ainda gravou o álbum Burguesia, lançado em 1989. Menos de um
ano depois, em 7 de julho de 1990, Cazuza faleceu em sua casa, no Rio de
Janeiro.
A frente do Barão Vermelho Cazuza
gravou três discos, enquanto que em sua carreira solo foram cinco álbuns,
incluindo um ao vivo. Suas letras o colocam entre os melhores de sua geração e
mesmo as posteriores.
Cazuza é, sobretudo, um grande poeta!
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