sábado, 4 de abril de 2020

O dia de hoje na história do Rock


Dia 4 de Abril

1958 – Nascia na cidade do Rio de Janeiro, Agenor de Miranda Araújo Neto, ou simplesmente Cazuza, o primeiro vocalista do Barão Vermelho e posteriormente de uma sólida e bem sucedida carreira solo.

Apresentado por Léo Jaime, Cazuza chegou ao Barão Vermelho e logo no primeiro teste estava claro que ele era o cara certo, na hora certa. A partir daí, Cazuza e Roberto Frejat se entenderam com perfeição, criando uma dupla de poderosas composições.

Cazuza nunca seguiu regras, talvez por isso é que decidiu abandonar o Barão Vermelho justo em seu melhor momento, pouco depois das históricas apresentações do primeiro Rock in Rio, em 1985. Ele queria espaço, ele queria liberdade que, em sua opinião, não era possível junto ao grupo, devido às suas influências, sobre tudo de MPB.

Assim, Cazuza gravou seu primeiro disco solo, Exagerado, ainda em 1985. Seu trabalho de estreia não poderia ter um melhor nome, uma vez que o cantor sempre viveu 'no limite'. No ano seguinte precisou deixar a Som Livre, uma vez que a companhia passou a trabalhar somente com trilhas, e pela Polygram lançou Só Se For a Dois, explorando seu lado mais romântico como compositor.

Em 1987, Cazuza foi diagnosticado como portador do vírus HIV. A partir daí, internações passaram a ser constantes, bem como especulações sobre se ele era ou não portador do vírus HIV. Sob esta suspeita, o cantor iniciou as gravações de seu melhor álbum, Ideologia. Um disco que mantinha a veia romântica, mas que mostrou um Cazuza indignado, um outro lado seu. Segundo ele próprio, a canção “Brasil” só veio depois de ouvir canções da Legião Urbana. “Quando o Renato Russo pintou, eu fiquei com uma inveja, sabe? Eu falei ‘pô, esse cara é melhor que eu, que loucura, ele está fazendo uma coisa que eu quero fazer’, aí comecei a compor coisas diferentes”.

O disco foi lançado em 1988 e Cazuza, mesmo já apresentando uma saúde debilitada, saiu em turnê para divulgar o trabalho. Destas apresentações, os shows realizados no Canecão, Rio de janeiro, em outubro, culminaram no álbum O Tempo Não Para.   

Em mais uma de suas internações nos Estados Unidos (fevereiro de 1989), Cazuza, em uma entrevista a Zeca Camargo, da Folha de S. Paulo, revelou estar infectado pelo vírus HIV, pondo fim às especulações que tanto o incomodaram. Mesmo depois de demonstrar coragem ao revelar a doença, Cazuza foi vítima da covardia da Revista Veja publicada em 26 de abril do mesmo ano. Sua capa trazia a manchete “Cazuza, uma vítima da AIDS agoniza em praça pública”, numa total demonstração de falta de respeito.

Mesmo em uma cadeira de rodas e com a voz claramente afetada pela doença, o cantor ainda gravou o álbum Burguesia, lançado em 1989. Menos de um ano depois, em 7 de julho de 1990, Cazuza faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro.

A frente do Barão Vermelho Cazuza gravou três discos, enquanto que em sua carreira solo foram cinco álbuns, incluindo um ao vivo. Suas letras o colocam entre os melhores de sua geração e mesmo as posteriores. 

Cazuza é, sobretudo, um grande poeta!


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