sexta-feira, 8 de março de 2019

O Dia Internacional da Mulher no Rock

Aproveitando a passagem do Carnaval, o blog entrou em recesso para retornar dia 11/3, mas não havia como não homenagear essas incríveis mulheres ligadas à cultura Rock. Naturalmente, há ausências.  Que bom, sinal de que elas fizeram muito mais.
E, é claro, um grande beijo a todas as mulheres do nosso dia a dia e do nosso imaginário. Ahhh, mulheres, não fossem por vocês... 



Nascido da mistura de Blues, Rhythm & Blues e Música Country, na década de 1950, com Chuck Berry, Ike Turner, Fats Domino, Little Richard... O Rock é essencialmente machista. Há pouco espaço às mulheres, mas ainda assim, àquelas que se atreveram a entrar nesse “Clube do Bolinha”, não o fizeram em vão. Como de hábito, feminino, é claro, imprimiram sua marca.

Ainda nos anos 1950 a primeira a romper a barreira foi a cantora Gospel Sister Rosetta Tharpe, tanto que foi incluída no Rock and Roll Hall of Fame, em 2017. Logo depois vem a cantora Joan Baez, cujo o Folk influenciou ninguém menos que Bob Dylan. Não exatamente no rock and roll, mas há também a inegável participação das mulheres dos chamados Girls Group, cuja máxima representação é The Supremes.  

A partir da segunda metade da década de 1960, definitivamente, as mulheres entraram no mundo do rock. E olha que foi um baita de um ponta pé na porta para escancará-lo, quando Janis Joplin causou furor no Festival de Monterrey, em 1967. Joni Mitchiell e sua poesia surgiram no início da década seguinte. Período, aliás, que marcou bandas em que o vocal feminino se fez presente. Foi assim com Suzi Quatro, Mamas & The Papas, Heart e o B-52’s lá pro final dos anos 1970.

Se a porta já havia sido arrombada por Janis, Patti Smith e Debby Harry, com a sua Blondie, vieram na virada da década de 1970 para 1980 pra dizer que não havia mais volta. Tanto que a partir daí houve o surgimento de grupos como The Go-Go´s, The Runaways e The Bangles, composto somente por mulheres. Vale lembrar que do outro lado do Atlântico, desde os anos 1960 já haviam surgido bandas 100% femininas como The Liverbirds, Rock Goddess e Girlschool.

Chrissie Hynde e Siouxie, com The Pretenders e Siouxie and The Banshes respectivamente, tornaram-se os maiores expoentes a partir dos anos 1980. Não menos importante, Annie Lennox montou o Eurythmics. Katrina, uma norte-americana radicada na Inglaterra, comandou o The Wave. De Nina Hagen , a garota de Berlin, à Islandesa Sugarcubes, da incrível Bjork, passando pela inquietude de Sinéad O’Connors.

O reflexo da luta destas mulheres até a década de 1980 culminou numa, muito bem-vinda, invasão feminina a partir dos anos 1990. PJ Harvei, The Breeders, The Cranberries, L7, Garbage, Hole, Cardigans, Babes in Toyland, Allanis Morrisete, Amy Winehouse... a lista é imensa. 

No Brasil, as mulheres também lutam contra um mercado predominantemente masculino. No entanto, aqui elas são pioneiras, pois é de Nora Ney a primeira gravação de rock, com sua interpretação de “Rock Around the Clock”, em 1955. Celly Campelo aproveitou a nova onda e explodiu com sua versão de “Estúpido Cupido”.

Na década seguinte, Vanderléa era a musa da Jovem Guarda. Rita Lee se meteu entre os irmãos Dias, Arnaldo e Sérgio, nos Mutantes e, posteriormente, integrou o Tutti Frutti, até alçar voos solos. Enquanto Baby, contribuiu, e muito, com os Novos Baianos. Ao final da década surge o frescor de Marina.

Entrando nos anos 1980, com a consolidação de mercado do Rock Brasileiro elas se destacaram desde cedo com Fernanda Abreu e Márcia Bulcão, da Blitz. Em São Paulo surgiam As Mercenárias, de Sandra, Rosália e Ana, a banda pós-punk Nau, de Vange Leonel, e a New Wave d’A Gang 90 & As Absurdetes, de Taciana Barros, Alice Pink Pank e May East. Kid Abelha nos apresentou Paula Toller, enquanto o Metrô revelou Virginie. Já o grupo Sempre Livre ousou compondo a banda apenas com garotas. Lá de Brasília, o Escola de Escândalos tinha Marielle Loyla. Syang chegou a integrar o Detrito Federal e até mesmo o Capital Inicial tinha Helena como vocalista, antes da entrada do Dinho.

Nos anos 1990 e depois da virada de século, o Rock Brasil trouxe Cássia Eller, Fernanda Takay, no Pato Fú, Alê Briganti, no Pin Ups, Pitty, Bianca Jordão, na Leela, e mais a banda Cansei de Ser Sexy.

Enfim, felizmente as mulheres estão cada vez mais onde elas desejam estar... A sensibilidade feminina será sempre muito bem-vinda, em ABSOLUTAMENTE TUDO!

Para ouvir no Spotify:
https://open.spotify.com/user/22hkib5bes45l4jgjkjiwnxqa/playlist/4m82hnQGco5zCJoa8S7gcj?si=gPQsD5LRQum6m5gLZuKoCA

6 comentários:

  1. Muito boa a matéria para o dia das MULHERES.


    Já estava com saudades do blog, durante o Carnaval

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    1. Obrigado!!!
      É uma contradição, não é? Blog de roqueiro em recesso no carnaval...kkk

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  2. Que bacana! Cada vez que eu pensava: ah ele não pôs fulana, ela vinha logo a seguir e assim vi a menção de todas as minhas divas, ao menos da estrelas maiores 😍 Amei! Obrigada por isso!

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  3. Que honra estar ao lado de tantas maravilhas : Merci Silvano :) #lovelovelove

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