Aproveitando a passagem do Carnaval, o blog entrou em recesso para retornar dia 11/3, mas não havia como não homenagear essas incríveis mulheres ligadas à cultura Rock. Naturalmente, há ausências. Que bom, sinal de que elas fizeram muito mais.
E, é claro, um grande beijo a todas as mulheres do nosso dia a dia e do nosso imaginário. Ahhh, mulheres, não fossem por vocês...
Nascido da mistura de Blues,
Rhythm & Blues e Música Country, na década de 1950, com Chuck Berry, Ike
Turner, Fats Domino, Little Richard... O Rock é essencialmente machista. Há
pouco espaço às mulheres, mas ainda assim, àquelas que se atreveram a entrar nesse
“Clube do Bolinha”, não o fizeram em vão. Como de hábito, feminino, é claro, imprimiram
sua marca.
Ainda nos anos 1950 a primeira a
romper a barreira foi a cantora Gospel Sister Rosetta Tharpe, tanto que foi
incluída no Rock and Roll Hall of Fame, em 2017. Logo depois vem a cantora Joan
Baez, cujo o Folk influenciou ninguém menos que Bob Dylan. Não exatamente no
rock and roll, mas há também a inegável participação das mulheres dos chamados
Girls Group, cuja máxima representação é The Supremes.
A partir da segunda metade da
década de 1960, definitivamente, as mulheres entraram no mundo do rock. E olha
que foi um baita de um ponta pé na porta para escancará-lo, quando Janis Joplin
causou furor no Festival de Monterrey, em 1967. Joni Mitchiell e sua poesia surgiram
no início da década seguinte. Período, aliás, que marcou bandas em que o vocal
feminino se fez presente. Foi assim com Suzi Quatro, Mamas & The Papas,
Heart e o B-52’s lá pro final dos anos 1970.
Se a porta já havia sido
arrombada por Janis, Patti Smith e Debby Harry, com a sua Blondie, vieram na
virada da década de 1970 para 1980 pra dizer que não havia mais volta. Tanto
que a partir daí houve o surgimento de grupos como The Go-Go´s, The Runaways e
The Bangles, composto somente por mulheres. Vale lembrar que do outro lado do
Atlântico, desde os anos 1960 já haviam surgido bandas 100% femininas como The
Liverbirds, Rock Goddess e Girlschool.
Chrissie Hynde e Siouxie, com The
Pretenders e Siouxie and The Banshes respectivamente, tornaram-se os maiores
expoentes a partir dos anos 1980. Não menos importante, Annie Lennox montou o
Eurythmics. Katrina, uma norte-americana radicada na Inglaterra, comandou o The
Wave. De Nina Hagen , a garota de Berlin, à Islandesa Sugarcubes, da incrível
Bjork, passando pela inquietude de Sinéad O’Connors.
O reflexo da luta destas mulheres
até a década de 1980 culminou numa, muito bem-vinda, invasão feminina a partir
dos anos 1990. PJ Harvei, The Breeders, The Cranberries, L7, Garbage, Hole,
Cardigans, Babes in Toyland, Allanis Morrisete, Amy Winehouse... a lista é
imensa.
No Brasil, as mulheres também lutam
contra um mercado predominantemente masculino. No entanto, aqui elas são
pioneiras, pois é de Nora Ney a primeira gravação de rock, com sua
interpretação de “Rock Around the Clock”, em 1955. Celly Campelo aproveitou a
nova onda e explodiu com sua versão de “Estúpido Cupido”.
Na década seguinte, Vanderléa era a musa da Jovem Guarda. Rita Lee se meteu entre os irmãos Dias, Arnaldo e
Sérgio, nos Mutantes e, posteriormente, integrou o Tutti Frutti, até alçar voos
solos. Enquanto Baby, contribuiu, e muito, com os Novos Baianos. Ao final da
década surge o frescor de Marina.
Entrando nos anos 1980, com a
consolidação de mercado do Rock Brasileiro elas se destacaram desde cedo com
Fernanda Abreu e Márcia Bulcão, da Blitz. Em São Paulo surgiam As Mercenárias,
de Sandra, Rosália e Ana, a banda pós-punk Nau, de Vange Leonel, e a New Wave
d’A Gang 90 & As Absurdetes, de Taciana Barros, Alice Pink Pank e May East.
Kid Abelha nos apresentou Paula Toller, enquanto o Metrô revelou Virginie. Já o
grupo Sempre Livre ousou compondo a banda apenas com garotas. Lá de Brasília, o
Escola de Escândalos tinha Marielle Loyla. Syang chegou a integrar o Detrito
Federal e até mesmo o Capital Inicial tinha Helena como vocalista, antes da
entrada do Dinho.
Nos anos 1990 e depois da virada
de século, o Rock Brasil trouxe Cássia Eller, Fernanda Takay, no Pato Fú, Alê
Briganti, no Pin Ups, Pitty, Bianca Jordão, na Leela, e mais a banda Cansei de
Ser Sexy.
Enfim, felizmente as mulheres estão cada vez mais onde elas desejam estar... A sensibilidade feminina será sempre muito bem-vinda, em ABSOLUTAMENTE TUDO!
Para ouvir no Spotify:
https://open.spotify.com/user/22hkib5bes45l4jgjkjiwnxqa/playlist/4m82hnQGco5zCJoa8S7gcj?si=gPQsD5LRQum6m5gLZuKoCA
Muito boa a matéria para o dia das MULHERES.
ResponderExcluirJá estava com saudades do blog, durante o Carnaval
Obrigado!!!
ExcluirÉ uma contradição, não é? Blog de roqueiro em recesso no carnaval...kkk
Que bacana! Cada vez que eu pensava: ah ele não pôs fulana, ela vinha logo a seguir e assim vi a menção de todas as minhas divas, ao menos da estrelas maiores 😍 Amei! Obrigada por isso!
ResponderExcluirLu,
ExcluirSou eu quem agradece...
Que honra estar ao lado de tantas maravilhas : Merci Silvano :) #lovelovelove
ResponderExcluirImagina,
ExcluirMais que justo e merecido Virginie!!!