Hoje o blog homenageia a cosmopolita São Paulo pelos seus 465 anos!
Acho que gosto de São Paulo, não pera.
Na verdade tenho certeza que amo a cidade de São Paulo. Cidade pra qual vim
logo que saí, ainda criança, do Mato Grosso do Sul, direto pro Grajaú. Por lá
fiquei até os sete anos. Mudei-me, mas São Paulo continuou me acompanhando ou o
contrário. Em Sampa fiz curso técnico, fiz tratamentos médicos, fui ao meu
primeiro jogo de futebol num estádio, o Morumbi. Vi in loco um título de Libertadores no Pacaembu. Em Sampa trabalhei
por 11 anos, dos 14 que estive no banco. Também estagiei no Metrô. Costumo ir ao
cinema, shows, teatros, bienais. A feirinha da Benedito Calixto, sair e beber
com amigos. Ir à Galeria do Rock, visitar sebos, comer o sanduíche de mortadela
do Mercadão. Comprar vinil. Curtir o domingo na Paulista, o cinema a céu
aberto. A poesia da praça Roosevelt...
A cidade que é minha, a cidade
que é de todo mundo e do mundo todo. A cidade que mais tem imigrante, e a que,
a cada feriado, milhares pegam a própria Imigrantes, pra esquecê-la por um
instante. É a cidade dos nordestinos e dos nortistas. Aqui também tem sulista,
tem mineiro e tem gente do Rio de Janeiro.
Essa mesma gente louca que corre
pra cima e pra baixo. Que faz a cidade não parar. Que não liga pros meninos nos
sinais e mendigos pelos cantos. Então, não existe amor em SP? Claro que existe!
Mesmo sendo a Paulicéia Desvairada, na cidade de São Paulo o amor é sempre
imprevisível. Ainda que o frio e a garoa na escuridão se façam presentes, ainda
não estamos em pânico em SP.
És a capital da gastronomia, das
artes, da night. O paulistano que adora o passeio do domingo no parque. A
cidade do José, do João e da Juliana. É em São Paulo que se diverte o homem da
feira, o peão da construção e a linda morena com uma flor no cabelo e um
sorvete não mão. Ninguém desce a Rua Augusta a 120 por hora, mas é lá que você
se encontra, se identifica e não se sente um ser estranho.
Ninguém mais ouve em Sampa, um walkman, pois o futuro chegou e está tudo no celular. Mas é certo que alguma
coisa ainda acontece no meu coração, logo ali, quando cruzo a Avenida Ipiranga com a
Avenida São João. Logo vamos todos dar as mãos e fazer São Paulo virar são, longe
das epidemias, dos preconceitos e da falta de respeito.
São Paulo das Zonas Leste e
Oeste, da Zona Norte e da Zona Sul. O mosteiro de São Bento e o direito do
Largo São Francisco, passando pela Praça e Catedral da Sé. Seu centro histórico, cruzando
o viaduto do Chá, a Praça Dom José Gaspar e a “da boca do lixo”. A rua Aurora,
a rua Vitória. Tem a feira da madruga no Brás, mesmo que o Arnesto não vá ou atrase o trem das onze. A
Avenida Paulista e os estádios de Futebol. Há ainda a Praça do Pôr do Sol.
Eu sei que vivo em louca utopia
de ver seus grandes rios limpos um dia. É a cidade onde o cinza mata o verde e
que até elege prefake.
Ah! São Paulo, quanta dor!!! Mas São
Paulo, ainda és o meu amor!!!
Para ouvir no Spotigy:
https://open.spotify.com/user/22hkib5bes45l4jgjkjiwnxqa/playlist/4KrejdeyBDlzVlRTJbMgeY?si=8BXEuBlLTn6byMtw9wY7QQ
Belo texto Silvano !
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Muito obrigado!
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