sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Parafraseando São Paulo


Hoje o blog homenageia a cosmopolita São Paulo pelos seus 465 anos!


Acho que gosto de São Paulo, não pera. Na verdade tenho certeza que amo a cidade de São Paulo. Cidade pra qual vim logo que saí, ainda criança, do Mato Grosso do Sul, direto pro Grajaú. Por lá fiquei até os sete anos. Mudei-me, mas São Paulo continuou me acompanhando ou o contrário. Em Sampa fiz curso técnico, fiz tratamentos médicos, fui ao meu primeiro jogo de futebol num estádio, o Morumbi. Vi in loco um título de Libertadores no Pacaembu. Em Sampa trabalhei por 11 anos, dos 14 que estive no banco. Também estagiei no Metrô. Costumo ir ao cinema, shows, teatros, bienais. A feirinha da Benedito Calixto, sair e beber com amigos. Ir à Galeria do Rock, visitar sebos, comer o sanduíche de mortadela do Mercadão. Comprar vinil. Curtir o domingo na Paulista, o cinema a céu aberto. A poesia da praça Roosevelt...

A cidade que é minha, a cidade que é de todo mundo e do mundo todo. A cidade que mais tem imigrante, e a que, a cada feriado, milhares pegam a própria Imigrantes, pra esquecê-la por um instante. É a cidade dos nordestinos e dos nortistas. Aqui também tem sulista, tem mineiro e tem gente do Rio de Janeiro.

Essa mesma gente louca que corre pra cima e pra baixo. Que faz a cidade não parar. Que não liga pros meninos nos sinais e mendigos pelos cantos. Então, não existe amor em SP? Claro que existe! Mesmo sendo a Paulicéia Desvairada, na cidade de São Paulo o amor é sempre imprevisível. Ainda que o frio e a garoa na escuridão se façam presentes, ainda  não estamos em pânico em SP.

És a capital da gastronomia, das artes, da night. O paulistano que adora o passeio do domingo no parque. A cidade do José, do João e da Juliana. É em São Paulo que se diverte o homem da feira, o peão da construção e a linda morena com uma flor no cabelo e um sorvete não mão. Ninguém desce a Rua Augusta a 120 por hora, mas é lá que você se encontra, se identifica e não se sente um ser estranho.

Ninguém mais ouve em Sampa, um walkman, pois o futuro chegou e está tudo no celular. Mas é certo que alguma coisa ainda acontece no meu coração, logo ali, quando cruzo a Avenida Ipiranga com a Avenida São João. Logo vamos todos dar as mãos e fazer São Paulo virar são, longe das epidemias, dos preconceitos e da falta de respeito.

São Paulo das Zonas Leste e Oeste, da Zona Norte e da Zona Sul. O mosteiro de São Bento e o direito do Largo São Francisco, passando pela Praça e Catedral da Sé. Seu centro histórico, cruzando o viaduto do Chá, a Praça Dom José Gaspar e a “da boca do lixo”. A rua Aurora, a rua Vitória. Tem a feira da madruga no Brás, mesmo que o Arnesto não vá ou atrase o trem das onze. A Avenida Paulista e os estádios de Futebol. Há ainda a Praça do Pôr do Sol.

Eu sei que vivo em louca utopia de ver seus grandes rios limpos um dia. É a cidade onde o cinza mata o verde e que até elege prefake.

Ah! São Paulo, quanta dor!!! Mas São Paulo, ainda és o meu amor!!!

Para ouvir no Spotigy:
https://open.spotify.com/user/22hkib5bes45l4jgjkjiwnxqa/playlist/4KrejdeyBDlzVlRTJbMgeY?si=8BXEuBlLTn6byMtw9wY7QQ

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