Dia 18 de Junho (destaque especial ao show da Legião no Estádio Mané Garrincha/DF)
1988 – A Legião Urbana fez em Brasília, no estádio Mané Garrincha,
o fatídico show que ficou conhecido como Altmont Candanga,
numa referência a apresentação malfadada dos Rolling Stones em 1969, em São
Francisco. Antes mesmo do show, que começou com atraso superior a uma hora, mais
de uma dúzia de ônibus foram depredados na rodoviária, houve atraso na abertura
dos portões e com a aglomeração de pessoas alguns destes portões foram
arrebentados, policiais com cavalos e cachorros partiram pra cima do público. Enfim,
o caos estava instalado.
O show começou animado com “Que
País é Este” e seguiu bem até a quarta música, “Conexão Amazônica”, dedicada à "Capital Brasileira do consumo de drogas, hein?", como afirmou Renato. No meio da canção um
fã invadiu o palco e segurou o vocalista pelo pescoço, que se defendeu batendo com o
microfone no agressor. Passado este incidente, o show continuou, mas em “Ainda é
Cedo” um segurança agrediu gratuitamente um fã e prontamente Renato saiu em sua defesa “Solta
ele. Solta agora. Tu levas o microfone na cabeça, solta ele.” Ao final da mesma música uma
bomba é atirada no palco, derrubando o violão de Renato que ameaça “Da próxima
vez a gente vai embora”. O clima não melhora e outros objetos são atirados ao
palco. Abreviando bastante o repertório, e escolhendo canções com todo sentido à situação, tocaram “Faroeste Caboclo”, “Tempo Perdido” e “Será”, deixando o palco na décima primeira música. Não voltam para o esperado bis e é aí que começa o quebra-quebra.
Quase 400 pessoas saíram feridas,
muitos deles com fraturas por pularem o fosso que separa a arquibancada do
gramado. Equipamentos foram destruídos e o estádio depredado, estimando
prejuízos da ordem de R$ 10 milhões de Cruzados, a moeda da época. Naturalmente,
o governo do DF responsabilizou a banda por todos os incidentes.
Por conta do ocorrido Renato
prometeu, e cumpriu, nunca mais voltar a se apresentar em Brasília. O episódio
mexeu também com sua percepção e a composição do disco seguinte da Legião
Urbana, As Quatro Estações, refletiu
muito desta situação.
Enfim, como concluiu a jornalista Sônia Maia em sua excelente cobertura à Revista Bizz, edição agosto/1988, “A culpa de Renato é a de ter desejado se relacionar com 40 mil pessoas como se fosse uma delas. Um sonho talvez.”
Enfim, como concluiu a jornalista Sônia Maia em sua excelente cobertura à Revista Bizz, edição agosto/1988, “A culpa de Renato é a de ter desejado se relacionar com 40 mil pessoas como se fosse uma delas. Um sonho talvez.”
Para ouvir no Spotify:
https://open.spotify.com/playlist/0LACFMU1R6cnGN4b9o9xUy?si=sGITstYKSNmrNbdS77qfkw
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