A Virada Cultural 2011 foi um deleite aos saudosos, incluindo a mim, fãs do rock Brasil dos anos 80. Especialmente nos palcos montados no Largo do Arouche (com Ritchie, Marina Lima e, porque não, o Tremendão Erasmo Carlos, que veio muito antes disso) e na Praça/Estação Julio Prestes (com a “tia” Rita Lee – também muito antes desta época – , Plebe Rude, Frejat, Blitz e RPM).
Com tantas opções e também outros compromissos, cravei uma apresentação em especial: a Plebe Rude. Pois é, eu que me referi a um show dos rapazes dia desses. Ontem eu estava há dois dias tê-los visto há exatos 11 anos.
Sol a pino. O sol do meio-dia. Na boa, minha testa está ardendo até agora. Mas prefiro calor a chuva nestas ocasiões. Pontualmente às 12h a banda sobe ao palco e ataca com O Que Se Faz. Começamos bem. Na capital da cultura executam a capital do país, Brasília e emendam Bravo Mundo Novo, com direito a Soldados dos amigos da Turma da Colina, Legião Urbana. A massa ainda não está no ponto, já os plebeus antigos adorando. Num certo momento, Philippe chegou a dedicar algumas das canções aos velhos plebeus. Amém!!!
Não bastasse um repertório de respeito, que flerta/namora o punk, a Plebe ainda tem dois frontmans pra lá de carismáticos: Philippe Seabra e Clemente, este último, um ícone da cena Punk paulistana e que há anos integra o grupo de Brasília. A banda ainda conta com André Muller, ou André X, da formação original, e Txotxa, ex-baterista do Maskavo Roots. Aliás, a dupla de guitarristas e vocalistas interagem muito bem com o público e Philippe ainda ironizou uma certa bandinha da moda, ao dizer estar surpreso com o fato de São Paulo ter civilização. Também ironizou o fato de que para ser roqueiro, hoje, tem que seguir esteriótipos, pois chegou a ser questionado, vindo de Brasília, se ele era da banda do Vítor e Léo. Pode?
Ao longo de 60 minutos a banda desfilou hits com extrema competência. Assim vieram Medo (da banda punk paulistana Cólera), Minha Renda, Sexo & Karatê, Este Ano, Johnny Vai À Guerra Outra Vez, A Censura, A Ida, Proteção e, claro, Até Quando Esperar. Quanto a esta última, uma garota logo atrás de mim, não parava de pedi-la, como se a Plebe se resume a isso. Este é um problema de shows grátis. Tanta coisa sendo oferecida no palco e muitos não conseguem enxergar nada além do que a vista alcança.
No início da execução de Proteção, Philippe fez uma menção interessante “Imagina tocar uma música como essa, com a polícia aqui na frente numa praça chamada Julio Prestes, lá no nosso começo. Pensem nisso!”. Vai de encontro ao que escrevi outro dia, sobre o Golpe de 1964. Em um determinado momento houve a lembrança de que hoje se faz músicas sobre o nada, só pra dançar e se divertir. “Pra que pensar?”, completou. Nada contra o entretenimento, claro, mas é preciso existir vida inteligente...
Oportunamente Proteção tem inserida Pátria Amada, dos Inocentes, além de versos de Desordem, dos Titãs.
Encerrando a tarde Até Quando Esperar pra levantar qualquer um. Não há quem consiga ficar incólume a este clássico. Satisfeita garota? Aproveite sua juventude e pesquise mais, ouse mais. Seja curiosa e saia da inércia que tão mal faz a alma. Tenha inquietações e você, certamente, descobrirá coisas incríveis.
Ei, Silvano! Filmei Medo, Proteção e Até Quando Esperar. Agora é esperar show em lugar pequeno e comprar o dvd.
ResponderExcluirAbraço!
Pois é Jânio, eu até tentei fotografar, mas com este meu tamanhão todo, não deu... rsrs. Estou ansioso por este DVD. Hoje faz 11 anos que o vi de volta à cena, no Woodstock Bar. Foi lindo...
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