segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Belle Époque do Rock Nacional 1

Eis que após assistir a maravilha cinematográfica de Meia Noite em Paris, de Woody Allen, que lida com o conflito entre a nostalgia de um tempo há muito distante e o singular presente, fui brindado por shows memoráveis que celebraram, claro, o passado. Primeiro foram Os Paralamas do Sucesso que revitalizaram o conceitual álbum Selvagem?, com seis apresentações no SESC Belezinho, dentro do projeto Álbum. A mim, coube o privilégio de acompanhar duas destas noites. Estrategicamente escolhi a primeira e a última.

Logo na entrada um suvenir maravilhoso no formato de um compacto de vinil, ressaltando a ideia do projeto em resgatar a memória da música brasileira através de discos influentes. O jornalista Jotabê Medeiros, O Estado de S. Paulo, escreveu a respeito da importância deste terceiro álbum na carreira do grupo e no próprio cenário pop/rock nacional, além de outro texto do baterista João Barone sobre a necessidade da banda em alçar novos voos e mostrar sua verdadeira identidade. Indubitavelmente com este Selvagem? Os Paralamas do Sucesso demarcaram seu território, muito além dos rótulos.

A noite começou muito bem com o riff cavalar da faixa-título – com direito a Polícia, dos amigos Titãs –, e segue praticamente o mesmo running order do álbum. Os momentos altos ficaram por conta da já citada canção de abertura, A Novidade, Melô do Marinheiro/Marujo Dub, Você e Alagados que abre o disco, mas propositadamente foi deixada por último para sacudir a galera. Não há quem a resista.

Todo este disco tem cerca de 40 minutos de duração, logo, a banda começou a desfilar uma enxurrada de hits inundando nossa mente com velhas e caras lembranças. Essa, digamos, segunda parte do show começou com o peso do Calibre, àquela que marcou a retomada da carreira do conjunto após o fatídico acidente sofrido pelo guitarrista Hebert Vianna. Em meio à sofisticação do som do grupo, esta veio no mais puro baixo, guitarra e bateria. O Beco me remeteu ao longínquo 1989, quando os vi pela primeira vez. Aliás, este foi o meu primeiro show de rock, findando a turnê do quarto disco, o Bora–Bora. Meu Erro garante mais um momento de euforia e agito na pista, seguido por um momento pra curtir a dois com as belas Lanterna dos Afogados, Caleidoscópio e La Bella Luna.

Mas brasileiro gosta mesmo é de festa, então tome Lourinha Bombril, que não sou muito fã, não, mas na pista funciona que é uma beleza, e Uma Brasileira pra encerrar o set.

Muito bem acompanhados pelos músicos João Fera, teclados, Bidu Cordeiro e Monteiro Jr, nos sopros, James Muller na percussão e o grande produtor da pérola Selvagem? Liminha, na guitarra, o trio João Barone, Bi Ribeiro e Hebert Vianna volta para um bis retumbante: o duo Sonífera Ilha e Ska e no encerramento a primeira canção do grupo: Vital e Sua Moto.

Triunfante!

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