terça-feira, 26 de abril de 2011

No dia do goleiro, o Brasil deve desculpas a Barbosa

Meus tios dizem que meu pai era um excepcional goleiro nos anos 60 e 70, lá no Mato Grosso, que depois virou do Sul. Poderia ter sido profissional, mas os tempos eram outros e ele não foi descoberto. Quando a partida era decidida nos pênaltis, não havia dúvidas, a vitória era do Estrela Dalva, time em que João Caiçara era o arqueiro.  Vaidoso como era, usava uma linda camisa branca confeccionada pela minha mãe. No melhor estilo Raul Plasmann, então goleiro do Cruzeiro, que chamava a atenção com sua camisa amarela. Lamentavelmente nunca tivemos uma relação pai e filho, por consequência, não tenho maiores detalhes e, infelizmente, nem saudades.

Quanto aos demais goleiros, são considerados caras amaldiçoados porque eles estão lá para evitar o maior momento do futebol, o gol.  Será por isso que onde pisam nem grama nasce? Será um castigo? Não sei, mas o fato é que eles nunca são reverenciados como os atacantes. Quase nunca são lembrados, exceto, basicamente, quando falham. O que é uma crueldade. Claro, que como toda regra, há as exceções.

Eu acompanho futebol desde 1979, e o melhor que vi jogar, disparado, foi Rodolfo Rodriguez. O uruguaio brilhou no Nacional de Montevidéo e se transferiu para o Santos em 1983, transformando-se em ícone. Não por acaso, até hoje é dele a maior sequência de defesas realizadas no mesmo lance, quatro e um chute na trave. Em partida válida pelo Campeonato Paulista de 1984, contra o América de São José de Rio Preto. Um pouco mais abaixo está São Marcos, jogador raro que consegue ser querido por todos os torcedores.

Bem, depois de citar estes três goleiros há um em especial, que merece, sobretudo, uma reparação: Barbosa. O camisa 1 do Brasil na Copa de 1950 ficou estigmatizado pelo fracasso da daquela Seleção. O Brasil já é penta-campeão de futebol, mas até hoje não assimilamos a derrota em 1950, em pleno estádio do Maracanã.

Pois é, um fracasso ocorrido há mais de meio século, mas que ninguém consegue esquecer. Pior do que lembrarmos da derrota é a deturpação dos fatos. Eu cresci ouvindo dizer que perdemos àquela Copa por culpa do Barbosa. Sempre que alguma matéria tratava o assunto, o importante era fechar dizendo que a culpa foi dele. Foi só em 1994, quando do lançamento do livro A Copa que ninguém viu, e a que não queremos lembrar, de Armando Nogueira, Jô Soares e Roberto Muylarte, é que ouvi alguém dizer que perdemos para um time que, se não era melhor que o nosso, era muito bom e tinha craques como Schiafino, Ghiggia, Mazzpoli e Obdúlio Varella, além da tradicional garra da Celeste Olímpica.

Perdemos um jogo em que podíamos empatar e ainda saímos na frente, já no segundo tempo. Seguindo o raciocínio do primeiro gol sofrido, quando Ghiggia tocou para Schiafino, Barbosa se antecipou ao cruzamento. O ponta, porém, não cruzou. Chutou entre nosso goleiro e a trave, fazendo o gol da virada. Começou ali, naquele dia 16 de julho, a maior pena já imposta a alguém no Brasil. Ela durou 50 longuíssimos anos, até o falecimento do ex-arqueiro. Barbosa faleceu em 7 de abril de 2000, numa sexta-feira ensolarada, na cidade de Santos.

Ao longo de 15 anos de carreira, fez parte de um dos principais times de futebol do Brasil, o Vasco da Gama na segunda metade da década de 40, também conhecido como Expresso da vitória. Foi no time cruz-maltino que o goleiro ganhou notoriedade e reconhecimento vencendo, inclusive, o preconceito por ser negro.

Confesso que quando li A Copa que ninguém viu... fiquei perplexo e, ao mesmo tempo, indignado por não ter aquela informação anteriormente. Justiça se faça a outros escritores que trataram do assunto, como Paulo Perdigão, por exemplo, em A Anatomia de uma derrota que só li em 2003, mas a grande imprensa, aquela que atinge um número maior de pessoas, nunca fez essa ressalva. Nunca se preocupou em pelo menos dar os fatos como eles aconteceram, aí cada um que tirasse sua própria conclusão. Mas não, pelo menos até agora, ela prefere manter o mito e a lenda vivos.

Ainda espero ver um especial sobre Barbosa para que não reste dúvidas de sua categoria e que, principalmente, se faça justiça a alguém que foi crucificado e sofreu calado a dor de uma derrota que não foi só dele, mas que ninguém pagou como ele. Ao Barbosa, minhas mais humildes desculpas.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Brasília

Brasília foi idealizada por José Bonifácio (patriarca da independência), ainda em 1823, no intuito de descentralizar o poder político do Brasil. Mas foi Juscelino Kubitschek quem iniciou sua construção, em meados do século seguinte, enquanto Oscar Niemeyer e Lucio Costa a desenharam. Assim foi inaugurada a nova Capital Federal no dia 21 de abril de 1960.

Quase alcançando a maioridade, aos 17 anos, Brasília começou a desenvolver um movimento que a colocaria no cenário nacional, mas sob um outro ponto de vista. Além dos prédios e avenidas bem planejados, o poder e a repressão às manifestações de liberdade, uma turma esperta e antenada disseminava uma nova vertente musical: o movimento Punk.
 
Alguns adolescentes estavam cansados da mesmice da cidade e descobriram no novo gênero musical a válvula de escape para tanta rebeldia contida. Este novo ritmo era extremamente visceral e era, basicamente, composto por três acordes. Qualquer um poderia tocá-lo. Mais do que isso, o Punk era sinônimo de atitude. Nada mais adequado para uma turma ávida por novidades.

A princípio, com exceção de alguns que já vislumbravam a grande chance de suas vidas, o objetivo era passar o tempo. Ouvir música, encher a cara e falar da vida. Assim, surgiu uma banda (Aborto Elétrico), depois outra (Blitz 64, que virou Blitx). Várias outras vieram nessa esteira.

Instaurava-se na cidade uma nova cena musical e também comportamental. Muitos ficaram horrorizados com o visual de roupas rasgadas, coturnos, cabelos arrepiados, alfinetes, etc. Chegavam até a questionar Seus colonizados. Se vocês são brasileiros por que ficam pichando e usando camisetas com coisas em inglês. À época, os parâmetros de moda eram John Travolta e Olivia Newton-John, à discoteca.

Mais do que ir contra os modelitos de Travolta, tinham a rebeldia contida pela situação que passava o Brasil. Vivia-se a ditadura militar com repressão e tudo. Antes até de afrontarem o sistema, havia a rebeldia doméstica, uma vez que o Punk surgiu nas classes excluídas e ali todos eram classe média alta. Em casa devia ser um escândalo ver o filho de um diplomata, por exemplo, sair às ruas de roupas rasgadas e tudo o mais.

Curiosamente, nenhuma das pessoas que criaram a turma nasceu em Brasília. Todos foram parar na Capital por conta das atividades profissionais dos pais. O fato de a cidade ter sempre alguém chegando de algum lugar do mundo foi fundamental para um melhor conhecimento de novas bandas.   

Foi assim que surgiu a Turma da Colina. Com muita dificuldade no começo, mas com a certeza de estarem fazendo a coisa certa. Poucos acreditavam que aqueles malucos poderiam vir a formar uma cena musical tão forte. Muitos deles, logo deixaram de ser apenas integrantes da Turma e conquistaram uma LEGIÃO de fãs, muito além da CAPITAL. Suas músicas se espalharam por todo o país. A PLEBE e a realeza se renderam ao som candango.  

Claro que a cena não se restringiu apenas a tríade Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. Estes se tornaram os filhos mais ilustres do movimento, mas há que se destacar os precursores Aborto Elétrico e Blitz 64. O fim destas duas bandas originou as três destacadas. Mas ainda surgiram Finis Africae, Detrito Federal, Arte no Escuro, Escola de Escândalo, Dado & o Reino Animal, Os Metralhaz, Caos Construtivo, Elite Sofisticada...

No mais é esperar pelo segundo semestre deste ano e acompanhar o lançamento do tão aguardado Rock Brasília - Ninguém segura essa utopia, do diretor Vladimir Carvalho.
          
Parabéns ao rock de Brasília. Indiscutivelmente a melhor coisa que a cidade já produziu.

Haja história...

http://www.youtube.com/watch?v=uiYvL6cXU8U&feature=related

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ao mestre com carinho II

Em 21 de abril de 2006 o Brasil perdia um de seus maiores treinadores de todos os tempos: Telê Santana.  Sem dúvida alguma ele merecia o título de mestre ou de professor. O motivo para tanto não requer respostas mirabolantes, muito pelo contrário. O Fio de Esperança – como ficou conhecido pela sua magreza e gols no último instante, quando ainda era jogador – era acima da média porque não inventava. Futebol para ele era simples, o trivial.

No comando da Seleção Brasileira da Copa de 1982, Telê encantou o mundo com um futebol vistoso e ofensivo. Não ganhou é verdade, mas deixou sua marca em todos que a acompanharam. Longe, muito longe da mediocridade da seleçãozinha do Dunga com volantes brucutus, que primeiro desarmam, e depois... Seus volantes eram Cerezo e Falcão. Está bom pra você? Seu trabalho foi de tão grande valor que quatro anos depois, lá estava ele novamente em ação – é o único treinador do Brasil a comandar a equipe por duas Copas seguidas mesmo depois de derrota. Naquela oportunidade, no entanto, não fomos brilhantes e perdemos para os franceses em decisão por pênaltis. Depois de termos realizado nossa melhor partida.

Por conta destas duas derrotas, em especial, a ele foi atribuído à pecha de pé-frio. Algo tipicamente absurdo e digno de um país sem memória, pois Telê, à frente do Galo mineiro e do Grêmio, por exemplo, acabou com a hegemonia do Cruzeiro, em 1970, e do Internacional, em 1977, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, respectivamente. Além disso, ganhou o, antes, primeiro Campeonato Brasileiro em 1971 com o mesmo Atlético. Isso, pra não dizer que é o único treinador campeão estadual em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Felizmente havia um time disposto a dar continuidade ao seu trabalho mesmo depois da perda de um título importante. O São Paulo, derrotado pelo Corinthians na decisão do Brasileirão de 1990, apostou em Telê e não se arrependeu. E o futebol, claro, agradeceu. Como em 1991 o Nacional foi disputado ainda no primeiro semestre, seu time veio embalado e conquistou o caneco. Foi o start de um time extremamente vencedor e com a cara do Mestre.

Telê tinha seu próprio estilo e era um ferrenho defensor do futebol arte. Nunca, eu pelo menos não me lembro, de ouvi-lo dizer que jogaria no erro do adversário. Seu time, quase sempre, tomava a iniciativa do jogo, por isso tamanho sucesso, principalmente, no tricolor paulista. Foram cinco anos de glórias e títulos de 1990 a 1995. Foram três bicampeonatos: Libertadores e Mundial (1992-93), além dos Paulistas (1991-92). Somadas  outras quatro conquistas na América e torneios europeus, além, claro, do Brasileirão 91.

Ele não marcou apenas como treinador. Quase todos que tiveram o privilégio de trabalhar ao seu lado não escondem sua admiração e carinho. São quase unânimes em chamá-lo de pai. Preocupava-se, especialmente, em como os garotos gastavam seu dinheiro. Procurava orientá-los da melhor maneira. Muitos o ouviram, outros nem tanto. Bem, ele fazia sua parte ou, se você preferir, mais do que lhe cabia.   

Para ele, um obstinado pela perfeição, o jogador tinha a obrigação de dominar os fundamentos. Passes, cruzamentos e arremates eram treinados à exaustão. Não se cansava de cobrar, fosse quem fosse.

Mais do que o talento para com o futebol é importante ressaltar seu caráter. Telê foi daqueles profissionais acima de qualquer suspeita. Não por acaso, era querido por todas as torcidas. Não poupava críticas ao amadorismo dos dirigentes. Nem mesmo os de seu clube. E o melhor de tudo: nunca mandou bater. Ganhando ou perdendo, mas jogando limpo. Assim foi Telê Santana. Um exemplo de treinador e, sobretudo, de homem. O que convenhamos, num país como este, não é pouca coisa. Que ele esteja em paz.

To Sir with love!!!
http://www.youtube.com/watch?v=zZxvYy5-ekI
                                               

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Plebe Rude na Virada Cultural 2011


A Virada Cultural 2011 foi um deleite aos saudosos, incluindo a mim, fãs do rock Brasil dos anos 80. Especialmente nos palcos montados no Largo do Arouche (com Ritchie, Marina Lima e, porque não, o Tremendão Erasmo Carlos, que veio muito antes disso) e na Praça/Estação Julio Prestes (com a “tia” Rita Lee – também muito antes desta época – , Plebe Rude, Frejat, Blitz e RPM).

Com tantas opções e também outros compromissos, cravei uma apresentação em especial: a Plebe Rude. Pois é, eu que me referi a um show dos rapazes dia desses. Ontem eu estava há dois dias tê-los visto há exatos 11 anos.

Sol a pino. O sol do meio-dia. Na boa, minha testa está ardendo até agora. Mas prefiro calor a chuva nestas ocasiões. Pontualmente às 12h a banda sobe ao palco e ataca com O Que Se Faz.  Começamos bem. Na capital da cultura executam a capital do país, Brasília e emendam Bravo Mundo Novo, com direito a Soldados dos amigos da Turma da Colina, Legião Urbana. A massa ainda não está no ponto, já os plebeus antigos adorando. Num certo momento, Philippe chegou a dedicar algumas das canções aos velhos plebeus. Amém!!!

Não bastasse um repertório de respeito, que flerta/namora o punk, a Plebe ainda tem dois frontmans pra lá de carismáticos: Philippe Seabra e Clemente, este último, um ícone da cena Punk paulistana e que há anos integra o grupo de Brasília. A banda ainda conta com André Muller, ou André X, da formação original, e Txotxa, ex-baterista do Maskavo Roots. Aliás, a dupla de guitarristas e vocalistas interagem muito bem com o público e Philippe ainda ironizou uma certa bandinha da moda, ao dizer estar surpreso com o fato de São Paulo ter civilização. Também ironizou o fato de que para ser roqueiro, hoje, tem que seguir esteriótipos, pois chegou a ser questionado, vindo de Brasília, se ele era da banda do Vítor e Léo. Pode?

Ao longo de 60 minutos a banda desfilou hits com extrema competência. Assim vieram Medo (da banda punk paulistana Cólera), Minha Renda, Sexo & Karatê, Este Ano, Johnny Vai À Guerra Outra Vez, A Censura, A Ida, Proteção e, claro, Até Quando Esperar. Quanto a esta última, uma garota logo atrás de mim, não parava de pedi-la, como se a Plebe se resume a isso. Este é um problema de shows grátis. Tanta coisa sendo oferecida no palco e muitos não conseguem enxergar nada além do que a vista alcança.

No início da execução de Proteção, Philippe fez uma menção interessante “Imagina tocar uma música como essa, com a polícia aqui na frente numa praça chamada Julio Prestes, lá no nosso começo. Pensem nisso!”. Vai de encontro ao que escrevi outro dia, sobre o Golpe de 1964. Em um determinado momento houve a lembrança de que hoje se faz músicas sobre o nada, só pra dançar e se divertir. “Pra que pensar?”, completou.  Nada contra o entretenimento, claro, mas é preciso existir vida inteligente...

Oportunamente Proteção tem inserida Pátria Amada, dos Inocentes, além de versos de Desordem, dos Titãs.

Encerrando a tarde Até Quando Esperar pra levantar qualquer um. Não há quem consiga ficar incólume a este clássico. Satisfeita garota? Aproveite sua juventude e pesquise mais, ouse mais. Seja curiosa e saia da inércia que tão mal faz a alma. Tenha inquietações e você, certamente, descobrirá coisas incríveis. 
                                         

sábado, 16 de abril de 2011

Virada Cultural 2011

Há pra todos os gostos musicais, literários, teatrais, cinematográficos... Enfim, a cidade de São Paulo fervilha neste fim de semana, por conta da 7a. edição da Virada Cultural. Todas as atrações são gratuitas e começam a partir das 18h do sábado (16). 

Palco Barão de Limeira
00h - Dominguinhos
12h - Almir Sater
14h - Renato Teixeira

Palco São João
17h - Steel Pulse (Inglaterra)

Palco República
12h - Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto: Noel
14h - Leandro Lehart (Maior Bateria do Mundo)
18h - Paulinho da Viola e Orquestra de Cordas de Curitiba

Palco Júlio Prestes
18h - Rita Lee
20h - Edgar Winter (EUA)
10h - Charlie Brown Jr
12h - Plebe Rude
14h - Frejat
16h - Blitz
18h - RPM

Palco Arouche
23h - Ritchie
01h - Marina Lima
11h - A Cor do Som
13h - Os Incríveis
17h - Erasmo Carlos

Palco 15 de Novembro
00h - Cibelle e Cidadão Instigado
18h - Jorge Mautner

Bulevar São João
A banda Beatles 4 ever tocará todos os discos dos Beatles na sequência cronológica.

Cine Windsor - Mojica 24 Horas
Na Avenida Ipiranga traz somente filmes do Zé do Caixão, a partir das 18h. Também haverá sessões no Dom José (R. Dom José de Barros), com os chamados filmes catástrofe. Além de filmes musicais no Cine Olido, na Av. São João. 


CEU Vila Atlântica
22h - Luis Melodia

Museu do Futebol
(Praça Charles Miller, S/nº, Estádio do Pacaembu)
Visitação e Transporte Gratuitos - das 18h às 21h
                                
 Programação completa:
 http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/893881-veja-a-programacao-completa-da-virada-cultural-2011.shtml


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dez Coisas Que Invejam em VOCÊ

Te invejam porque VOCÊ é o primeiro a passar a barreira dos 11 mil gols.

Te invejam porque VOCÊ foi capaz de parar uma guerra.

Te invejam porque VOCÊ faz brotar talentos, em sua base, inimagináveis.

Te invejam porque só VOCÊ teve o maior de todos, Pelé.

Te invejam porque VOCÊ teve Gilmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Apenas, o melhor time de todos os tempos.

Te invejam porque foi com VOCÊ que pela primeira vez na história do nosso pobre futebol, um jogador disse não ao rico futebol europeu.

Te invejam porque VOCÊ é o único capaz de fazer o Jô Soares, em mais de duas décadas de programa, dedicar um somente a VOCÊ.

Invejam tanto VOCÊ porque em meio a mediocridade da Seleção Brasileira da última Copa, suas joias eram aclamados como a solução.

Invejam tanto VOCÊ que chegam a criar notícias pra te desestabilizar. 

Invejam tanto VOCÊ   que querem ver seus craques no time deles, mesmo que só de passagem.

Mas nós, santistas e apaixonados pelo futebol-arte, te AMAMOS e lhe saudamos por seus 99 anos!
http://www.youtube.com/watch?v=fQN4myc-rwU

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A informação que desinforma

Dia desses André Plihal, ESPN Brasil, escreveu em seu blog, no site da emissora, “Pra mim não existem bons e maus profissionais. Há profissionais e não-profissionais”- traçando um paralelo entre as coisas do nosso futebol e o show do U2. Pois bem, assim funciona para taxistas e garçons (como cita o repórter), mas também para médicos, advogados, engenheiros, professores, policiais, bancários e, claro, jornalistas. Sim, muito embora esta última categoria seja o chamado quarto poder, não está imune a mediocridade dos maus profissionais. Isso para não falar da falta de caráter, que é ainda mais preocupante. A imprensa não está acima do bem e do mal. 

E por que estou escrevendo sobre isso? Porque estou enojado com o comportamento vil de parte dos meus colegas de profissão com relação as notícias vinculadas a Paulo Henrique Ganso. Em tempo de velocidade na informação, parece que nem todos se preocupam com a apuração. Manchetes em letras garrafais não se justificam já nas primeiras linhas de qualquer texto.    

Ontem, no entanto, o Lancenet extrapolou todas as possibilidades da tolerância. Curiosamente, o site soltou a notícia no início da madrugada: Ganso diz “sim” ao Corinthians... Assim, claro, todos correram a ler a matéria e, pasmem, não há uma palavra atribuída ao meia. Como assim? Se o atleta aceitou a proposta, a palavra dele, no mínimo, deveria estar na matéria. Não Está. Porque não há.

Seguindo o mesmo caminho de manchetes espetaculosas o site da ESPN Brasil publicou na segunda-feira a manchete Ganso reclama de tentativa de renovação no vestiário, isso baseado nas palavras do atleta após o jogo contra o Americana, entrevistado pelo repórter do Sportv. Lendo a matéria, não há qualquer reclamação do jogador. Neste caso, ao menos, tem as falas do meia. Certamente envergonhado com o erro, até porque houve reprimendas, todas sensatas, de vários assinantes, foi feita a correção do título que passou a ser Ganso diz que Santos tentou renovação no dia do jogo com Colo Colo. Também a rádio Jovem Pan aderiu à moda: Ganso reclama de pressão para renovação com Santos. Junto a matéria tem um áudio do jogador e, óbvio, você imagina que ele dirá isso. Não diz, fala sobre o encontro com o Ronaldo.

Aliás, um parêntese sobre o empresário Ronaldo (dono da 9ine). Tem sido conturbada a sua nova empreitada de gerenciar a imagem de atletas. Pegou mal a condução no caso da contratação de Adriano pelo Corinthians, absolutamente ignorando Gilmar Rinaldi, então agente do jogador. Agora esta polêmica com o Ganso. Alguém pode explicar o que fazia Andrés Sanches (presidente do Corinthians) na reunião entre Ganso e Ronaldo? A ética, se é que isso existe em certos setores da sociedade, recomendaria que jamais numa reunião entre um jogador de um clube X, com um empresário de uma empresa Y pudesse ter a presença de qualquer dirigente de um terceiro clube, supostamente, interessado. Ainda mais se levarmos em conta que tal empresário ainda tem vínculos comerciais com o time deste dirigente.  Logo, Ronaldo está se achando como alguns da imprensa, acima do bem e do mal.

Quem me conhece sabe o quanto eu sou torcedor do Santos e pra mim não existe a expressão é só futebol. Mas não é por isso que estou indignado, antes que assim o digam, o que me preocupa e, sobretudo, entristece, é ver o circo e a falta de compromisso com a verdade, com o leitor, com o ouvinte e com o telespectador. Os chamados furos de reportagem estão virando furos n´água. Agindo assim, estão subestimando a inteligência do público, subjulgando-os como incapazes de terem discernimento e prestando um grande desserviço. O fato é que alguns veículos estão externando seus desejos, ou de seus editores, e não a informação, pura e simples.

Quanto a Paulo Henrique, o próprio atleta propíciou todo este clima ao dizer publicamente que estava insatisfeito com a diretoria do clube, "que não o estava lhe valorizando". Chamou pra si uma responsabilidade que não precisava. Tanto que amanhã, com as ausências de Neymar e Elano, terá que resolver o difícil jogo contra o Cerro Porteño. Da mesma forma que reclamou, agora deve vir a público e encerrar o assunto. Só ele é que pode fazer isso, uma vez que até seu irmão e os dirigentes da DIS (empresa que detêm parte de seus direitos) não estão falando a mesma língua.

Aos jornalistas, que tal uma pausa para reflexão? Já não bastam as mentiras do meio político, as desgraças do cotidiano, as intolerâncias raciais, religiosas, sexuais e uma série de outros abusos?



terça-feira, 12 de abril de 2011

A grandiosidade do U2


Pela terceira vez o U2 veio ao Brasil e ainda não foi desta vez que fui prestigiá-los. É bem verdade que faltou um pouco de empenho de minha parte, sobretudo, nesta última oportunidade, quando o grupo alcançou, na apresentação de domingo, o recorde histórico em arrecadação de turnês realizadas por grupos de rock (US$ 580 mi). A marca anterior era, simplesmente, dos Rolling Stones. E olha que ainda tem mais amanhã, em São Paulo, e apresentações no México e Canadá, encerrando a 360º TOUR. Ao todo, serão mais de 7 milhões de espectadores pelos quatro cantos do mundo, com mais de uma centena de shows. São números dignos de nota e, claro, da banda.

Mesmo sem ter ido aos shows do fim de semana imagino o frisson causado por um grupo com tanta história, qualidade, energia e um arsenal de hits. Inegável também o carisma de Bono Vox. Chega a ser messiânico e disso eu entendo muito bem. Segundo li, velhas, e esquecidas, canções pontuaram as apresentações. Por exemplo, chegaram a tocar Out of Control , primeiro single da banda, antes da estreia do álbum Boy.

Tudo bem que o U2 nunca esteve entre minhas bandas de cabeceira, o período de flerte com eletrônico dos anos 90, então, Deus me defenda! No entanto, são poucos os artistas que chegam a 30 anos de carreira em nível tão elevado. Em tempos pueris e tão efêmeros bem aventurados os que são capazes de trazer luz à escuridão destes dias. Iluminados são aqueles que podem desfrutar de tais bênçãos. Assim, eu fico feliz pelos meus amigos Cilene, Jânio, Cris Mota...

Só por conta disso eu vou rever Hattle and Rum, pela enésima vez. Também vou ouvir Under A Blood Red Sky, The Joshua Tree, The Best Of 1980-1990 & B-Sides e All That Can't Leave Behind.

Quanto a mim, quem sabe na próxima, não é?
                                                       

sábado, 9 de abril de 2011

Minha identidade


Eu,
que me queixo do tempo,
que corro contra o vento
e que fico em silêncio.

Eu,
que sou pouco inteligente
passo despercebido
em meio a tanta gente.

Eu,
que ainda te quero,
ainda te espero,
mas não te venero.

Eu,
que gosto de livros,
que tenho grandes amigos e
por vezes me vejo perdido.

Eu,
que me amarro em cinema,
sempre procuro na arte
solução para meus problemas.

Eu,
apaixonado pela LEGIÃO,
SANTISTA de coração,
tenho medo da solidão.

Eu,
que ainda tenho um lado criança,
posso lhe oferecer um sorriso,
pois ainda guardo esperanças.

                                      

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O incrível Abril de 2000 com Morrissey, Plebe Rude, Sexta-feira da Paixão...

Uma de minhas principais características, sem dúvida, é a capacidade de memorizar fatos e acontecimentos. Tenho uma memória afetiva que insiste até em guardar fatos que eu poderia, ou deveria, deixar de lado. Abandonar mesmo. Quando tenho a possibilidade de fazer qualquer associação então, pronto. Não me esqueço jamais.

É assim a minha relação com o mês de abril de 2000. Coisas incríveis aconteceram naqueles 30 dias. A começar pelo show do Morrissey, logo na primeira semana, nos dias 3 e 4. Havia mais de uma década do fim dos Smiths e sempre houve especulações quanto à apresentação de Moz, no Brasil. Para felicidade dos paulistas os shows foram marcados para a melhor casa de espetáculos que a cidade já teve, ao menos a minha preferida: o Olympia. Ingressos a R$ 60, na pista, à época, uma fortuna. Mas ninguém se importou.

Para evitar qualquer surpresa, compramos os ingressos no primeiro dia em que foram colocados à venda, diretamente na bilheteria da casa. Felizmente não haviam filas, mas as poucas pessoas que ali estavam, já demonstravam demasiado entusiasmo, com seus topetes, costeletas, cabelos arrepiados, cabelos coloridos, algumas maquiagens estilo dark, jaquetas e botas. Algo muito diferente do exagero de cores de hoje em dia. Era uma galera da minha faixa-etária, ainda beirando os trinta. Oh, céus!

Ninguém se importou também com o fato de que os shows foram marcados para uma segunda e terça-feira. Quem liga para o dia da semana quando se tem a oportunidade de ver um ídolo da magnitude de Steven Patrick Morrissey?

Ao apagar das luzes uma introduçãozinha James Bond, seguido de You're Gonna Need Someone On Your Side colada a Hairdress On Fire. Moz subiu ao palco, calça jeans e blazer escuro, para brindar um público inebriado, pra lá de excitado. Anos de espera chegavam ao fim e cantávamos em uníssono cada uma daquelas canções. Em alguns casos, não seria exagero dizer, com voz embargada. Pra mim pelo menos em Half A Parson e The More Ignore Me, The Closer I Get (hoje mais atual do que nunca). Do repertório dos Smiths, somente Is It Realy So Strange? e Shoplifters Of The World Unite, que foi tocada no bis encerrando a noite, além da já citada Half A Parson. B Sides, nada mais cool.

Mas não era só isso. Morrissey tem um carisma, uma magia, a sua dança, um magnetismo que envolve a plateia de maneira tão contagiante que nem ouso reclamar de não ouvir, por exemplo, Everyday is Like Sunday, Suedhead, I Am Hated For Loving, Alma Matters, Hold On To Your Friend e There Is A Light That Never Goes Out, essa dos tempos dos Smiths. Ou até mesmo da curta duração do show. Pouco menos que 90 minutos. 

Voltei pra casa feliz com o que tinha visto, porém, lamentando não ter mais R$ 60 para voltar no dia seguinte, aliás, naquela noite mesmo, pois já estávamos na terça-feira. No carro, ouvíamos o programa Garagem, pela Brasil 2000, que estava sorteando um par de ingressos pro show. Fazer o quê, não é? Deixa pra lá.

No mais, ao telefone, conversando com ela no dia seguinte, ainda transparecia toda a minha euforia ao lhe falar sobre o show e, mesmo sem conhecer bem o Morrissey, ela ficou feliz por mim, compartilhando de meu entusiasmo. Isso era a plenitude da felicidade que eu podia encontrar.

Dias depois, 19 (Santo Expedito, meu padroeiro), houve a grande volta da Plebe Rude no Woodstock Bar, uma quarta-feira, ante-véspera do feriado de Páscoa. O meu já começou na quinta-feira após o almoço, quando não retornei ao trabalho. Pois, fui ser feliz. Aí veio a sexta-feira Santa, que realmente foi sagrada. No sábado, aleluia Senhor! Na Páscoa, ressuscitei tudo na memória e ainda “guardo um retrato teu, e a saudade mais bonita”.

O resto são detalhes que estão muito bem guardados na minha, sempre viva, memória afetiva.

                                                  
http://www.youtube.com/watch?v=yA3XE6_Kp7Q&feature=related                                      

domingo, 3 de abril de 2011

Domingo na Vila!!!

Bem, hoje é domingo eu só quero, e mereço, descansar. Cabeça voltada à Vila Belmiro hoje e, principalmente, quarta-feira.

Obrigado.


                                        



http://www.youtube.com/watch?v=Izi5Ijr8dHk                       

sábado, 2 de abril de 2011

CLÁSSICO


O que é uma partida de futebol,

se não um balé ao ritmo frenético da torcida?

Balão subindo, descendo

a arquibancada repleta,

o campo, a trave.

Graça, arte, leveza.

Raça, suor, paixão.

O drible, a ginga, o chute.

      E o goooooooooooooooooooooool no grito da multidão.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dia da Mentira

Em homenagem ao dia da mentira, segue uma lista de mentiras perversas, maldosas, tristes, irônicas, bobas, ingênuas...


Top três das mentiras:

Constituição Brasileira
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;” palavras bonitas, não?
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.” ah, tá!
Art.São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer e a segurança.” com certeza.

Políticos
“Se for eleito, vou por fim à corrupção.” (todos os políticos quando estão em campanha) depois se esquecem.
“Deus me ajudou e eu ganhei dinheiro” (ex-deputado federal, João Alves, falecido em 2004, explicando como ganhou mais de 200 vezes na loteria, durante a CPI da máfia dos anões, em 1993) Deus, dá uma olhadinha pra nós também.
“A poupança é sagrada” (Fernando Collor de Mello, 1990) por isso ele só passou a mão.

Grandes Obras, grandes negócios
Rodoanel
Despoluição do Rio Tietê
Copa do Mundo de 2014 que não teria dinheiro público


Contos da Imprensa
Sequestro de Abílio Diniz atribuído ao PT, às vésperas da Eleição 1989
Edição do Jornal Nacional no dia seguinte ao último debate da mesma Eleição presidencial de 1989
Caso Escola Base, 1994 

Mulheres contam aos homens:
“hoje não, estou com dor de cabeça”
“o problema não é você, sou eu”
“que é isso meu amor, tamanho não é documento”

Homens contam às mulheres:
“isso nunca me aconteceu antes”
“a bateria do celular descarregou e eu estava em reunião”
“eu te ligo amanhã”

Cantoras brasileiras
Kely Kye
Tati Quebra Barraco
Preta Gil

Cantores brasileiros
Latino
Belo
e todos os MCs

Frases de músicas (cazuza)
“o teu amor é uma mentira, que a minha vaidade quer”
“mentiras sinceras me interessam”
“pra que mentir, fingir que perdoou”




http://www.youtube.com/watch?v=AULyZDcWIZo&playnext=1&list=PL9726CEAFD7BA017C