sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O dia de hoje na história do Rock


Dia 11 de outubro

1996 – Falecia em seu apartamento, numa madrugada de sexta-feira por volta de 1h15 da manhã, véspera do dia de Nossa Senhora Aparecida, o inquieto artista Renato Russo. Finalmente seu coração deixou seu corpo descansar, pois ele, até por ter vivido tudo tão intensamente, estava cansado, muito cansado!

Ao longo de 12 anos de carreira, com sete álbuns de estúdio com a Legião Urbana, o oitavo já foi lançado postumamente, e mais dois trabalhos solos, um em inglês e outro em italiano, Renato pavimentou uma trajetória única. Considerado o melhor letrista e vocalista de sua geração, Renato cantou como ninguém o amor, o respeito, a amizade, a espiritualidade, além das mazelas produzidas pelo homem através da política. Suas letras não envelheceram justamente por conta do cuidado que Renato sempre teve em não soar datado! Renato arrebatou fãs das mais diversas tribos, idades, gêneros e classe social. Sua genialidade atravessou gerações e ainda hoje encontra novos fãs.

Renato começou cedo, ainda no fim da década de 1970 com a banda Aborto Elétrico, em Brasília, ao lado de André Pretorius, guitarra, e Fê Lemos, bateria. Posteriormente, André deixou a banda e Flávio, irmão do Fê, entrou pro grupo. Desde essa época ele já havia  composto “Que País é Este”, “Geração Coca-Cola”, “Veraneio Vascaína”, “Fátima”... Renato era extremamente culto e não detinha somente conhecimento de rock and roll, mas sim cultura pop em geral, além de leitor contumaz. E foi a partir de toda essa bagagem literária que ele desenvolveu sua capacidade ímpar como letrista.   

Depois do Aborto Elétrico Renato se auto-intitulou O Trovador Solitário, um Bob Dylan do Cerrado. Mas o que ele sempre quis foi ter uma banda. Assim, juntou-se a Marcelo Bonfá, bateria, Eduardo Paraná, guitarra, e Paulo Paulista, teclados, mas essa formação não vingou, com os dois últimos deixando o grupo. Tempos depois, Dado Villa-Lobos assumiu a guitarra e a Legião virou um autêntico power-trio. As vésperas de gravarem o primeiro álbum, entra Renato Rocha, assumindo o baixo.  

Renato era capaz de fazer letras simples, no sentido da compreensão do que estava dizendo, ao mesmo tempo em que suas composições nada tinham de simplista. Capaz de capturar a sensibilidade do entorno e fazer que seu ouvinte também tivesse essa mesma sensibilidade, mais que isso, que se identificasse com o que estava sendo dito.  Foi justamente esta empatia que fez de Renato Russo um artista tão genial. Sua capacidade em dizer o que o outro sentia o tornava próximo, um amigo mesmo.

São inúmeros os sucessos da Legião Urbana. Seu legado está conosco e tem passado por gerações. Tanto que há uma galera que nasceu depois de sua morte, ou eram ainda crianças, mas que o admiram tanto quanto nós, os privilegiados que o viram em cena.

Renato perdeu a batalha para a AIDS justamente por amar demais. Por se entregar demais! Ele tinha somente 36 anos, uma série de planos a serem realizados, mas ainda assim deixou uma obra inestimável!  

É Renato, “Se fosse só sentir saudades! Mas tem sempre algo mais.”

Para ouvir no Spotify: https://open.spotify.com/playlist/0SeBLLNB37WpuehktZls3f?si=VzmzlFp1RuCOKMq75yB4xg

9 comentários:

  1. Talvez um dos momentos mais difíceis para se expressar, né? Valeu Silvano!Obrigada!

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  2. O imortal Renato Russo.
    Meu amor da vida inteira.

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    1. OI Sandra,

      Nosso amor eterno... "só enquanto eu respirar"

      bjs

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  3. Realmente o privilégio que tivemos de vê lo em cena, seria muito bom que ainda hoje muitos ainda tivessem o mesmo privilégio.

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  4. Me recordo o momento em que soube a notícia. Me preparava para ir ao colégio. Foi um ano estranho, pois já havia perdido um irmão. Sentei, olhei para o céu e chorei.

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