Dia 11 de outubro
1996 – Falecia em seu apartamento, numa madrugada de sexta-feira
por volta de 1h15 da manhã, véspera do dia de Nossa Senhora Aparecida, o
inquieto artista Renato Russo. Finalmente seu coração deixou seu corpo
descansar, pois ele, até por ter vivido tudo tão intensamente, estava cansado,
muito cansado!
Ao longo de 12 anos de carreira,
com sete álbuns de estúdio com a Legião Urbana, o oitavo já foi lançado postumamente, e
mais dois trabalhos solos, um em inglês e outro em italiano, Renato pavimentou uma
trajetória única. Considerado o melhor letrista e vocalista de sua geração,
Renato cantou como ninguém o amor, o respeito, a amizade, a espiritualidade, além
das mazelas produzidas pelo homem através da política. Suas letras não
envelheceram justamente por conta do cuidado que Renato sempre teve em não soar
datado! Renato arrebatou fãs das mais diversas tribos, idades, gêneros e classe
social. Sua genialidade atravessou gerações e ainda hoje encontra novos fãs.
Renato começou cedo, ainda no fim
da década de 1970 com a banda Aborto Elétrico, em Brasília, ao lado de André
Pretorius, guitarra, e Fê Lemos, bateria. Posteriormente, André deixou a banda e Flávio, irmão do Fê, entrou pro grupo. Desde essa época ele já havia composto “Que País é Este”, “Geração
Coca-Cola”, “Veraneio Vascaína”, “Fátima”... Renato era extremamente culto e
não detinha somente conhecimento de rock and roll, mas sim cultura pop em
geral, além de leitor contumaz. E foi a partir de toda essa bagagem literária
que ele desenvolveu sua capacidade ímpar como letrista.
Depois do Aborto Elétrico Renato se auto-intitulou O Trovador Solitário, um Bob Dylan do Cerrado. Mas o que ele sempre quis foi ter uma banda. Assim, juntou-se a Marcelo Bonfá, bateria, Eduardo Paraná, guitarra, e Paulo Paulista, teclados, mas essa formação não vingou, com os dois últimos deixando o grupo. Tempos depois, Dado Villa-Lobos assumiu a guitarra e a Legião virou um autêntico power-trio. As vésperas de gravarem o primeiro álbum, entra Renato Rocha, assumindo o baixo.
Renato era capaz de fazer letras simples,
no sentido da compreensão do que estava dizendo, ao mesmo tempo em que suas
composições nada tinham de simplista. Capaz de capturar a sensibilidade do
entorno e fazer que seu ouvinte também tivesse essa mesma sensibilidade, mais que isso, que se identificasse com o que estava sendo dito. Foi
justamente esta empatia que fez de Renato Russo um artista tão genial. Sua
capacidade em dizer o que o outro sentia o tornava próximo, um amigo mesmo.
São inúmeros os sucessos da
Legião Urbana. Seu legado está conosco e tem passado por gerações. Tanto que
há uma galera que nasceu depois de sua morte, ou eram ainda crianças, mas que o admiram tanto quanto
nós, os privilegiados que o viram em cena.
Renato perdeu a batalha para a
AIDS justamente por amar demais. Por se entregar demais! Ele tinha somente 36
anos, uma série de planos a serem realizados, mas ainda assim deixou uma obra
inestimável!
É Renato, “Se fosse só sentir
saudades! Mas tem sempre algo mais.”
Muita saudade..
ResponderExcluirKleber,
ExcluirSaudade que não cessa...
ABS!
Talvez um dos momentos mais difíceis para se expressar, né? Valeu Silvano!Obrigada!
ResponderExcluirObrigado All.
ExcluirMuito difícil!
Bjs
O imortal Renato Russo.
ResponderExcluirMeu amor da vida inteira.
OI Sandra,
ExcluirNosso amor eterno... "só enquanto eu respirar"
bjs
Realmente o privilégio que tivemos de vê lo em cena, seria muito bom que ainda hoje muitos ainda tivessem o mesmo privilégio.
ResponderExcluirMe recordo o momento em que soube a notícia. Me preparava para ir ao colégio. Foi um ano estranho, pois já havia perdido um irmão. Sentei, olhei para o céu e chorei.
ResponderExcluirGrande Gomão,
ExcluirFoi uma ano pesadíssimo...
Forte abraço!