sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Eu "voto" Haddad!



Eu não moro em São Paulo, logo não voto na cidade. Mas ganho o sustento da minha família por lá. Uso suas vias diariamente e passo uma parte significativa do meu tempo na Pauliceia Desvairada.
É lá também que costumo ir a cinemas (pois ali não se contemplam apenas os Blockbusters), shows, teatros, Bienais, a feirinha da Benedito Calixto, sair e beber com amigos. Ir à Galeria do Rock, visitar Sebos, comer o sanduíche de mortadela do Mercadão, passear pelos parques, museus. Comprar vinil. Curtir o domingo na Paulista, o cinema a céu aberto. A poesia da praça Roosevelt. Enfim, são muitas as opções.
Assim, me sinto no direito de manifestar minha “intenção de voto": Fernando Haddad! Não fosse por mais nada, só a coragem de dar a cara pra bater, sem ser populista ou se preocupar com a reprovação imediata, inclusive minha à época, e ousar reduzir a velocidade das marginais e demais vias da cidade, poupando vidas e reduzindo drasticamente o número de acidentes no trânsito louco de Sampa, ele já mereceria meu voto. E fico muito à vontade pra falar sobre isso, pois gosto da velocidade.
Uma única vida que fosse poupada já valeria à pena, especialmente à suas maiores vítimas, os motociclistas. É sempre um pai de família a mais que chega em casa pra beijar sua esposa e seus filhos. É mais um filho que chega em casa pra pedir benção aos pais. Mais um irmão que chega em casa pra ouvir os discos do irmão mais velho. São famílias mais felizes. O candidato que ignora estes números é leviano ou prova cabal de que não conhece e não circula pela cidade. Retomar à velocidade de outrora é um desrespeito à vida. É um atentado.  
Haddad expandiu corredores de ônibus, criou ciclovias (há muitos ajustes a serem feitos, ok), ampliou a atuação dos CEUS, reduziu ou isentou IPTU de moradias populares, levou cinema à periferia, preocupou-se com o dependente químico, voltou cuidados aos LGBTs.  Buscou humanizar uma cidade cada vez mais cinza, dura e cruel com quem tem menos oportunidade. Pensou no coletivo e, naturalmente, valorizou o indivíduo!
Claro que há ressalvas a seu governo, como a continuidade da indústria da multa, por exemplo. Sim, infelizmente, ela existe, mas não foi ele quem a criou como dito ontem no debate. Aliás essa é uma pratica recorrente de nossos governantes. Caracteriza mesmo tal indústria quando um PNE (portador de necessidades especiais) leva multa por estacionar na vaga destinada a ele, mesmo estando devidamente identificado. E isso aconteceu comigo na gestão Serra/Kassab. Recorri da multa e perdi o recurso. Ou quando você paga multa pelo uso da água acima da sua média (média essa que impuseram a você) porque o governo do estado de São Paulo não fez o dever de casa anos antes.

Se os próprios adversários dizem que irão melhorar ou aprimorar muitas de suas ações, então eu “voto” Haddad.